sexta-feira, 18 de março de 2011

O Macaco Azul

O Macaco Azul: resumo do capitulo
Autor: Aluísio Azevedo
Demônios
1893
Uma noite conversava eu com o Artur Barreiros a respeito de uns versos publicados por Otaviano Rosa, quando um sujeito de fraque cor de café com leite veio se aproximando e ficou a uma pequena distancia.
Barreiros insistia em dizer que os versos de Otaviano eram bons mas eu dizia o contrario.
Barreiros exigiu que eu apontasse alguém no Brasil que soubesse escrever versos melhor que Otaviano.
Eu respondi:
- Quem? Tu!
-Claro- Disse ele- Pois eu tenho o segredo da poesia.
-É nós dois conhecemos o segredo!
Depois me separei de Artur, mal fiquei sozinho que o homem de fraque cor de café com leite se aproximou de mim e disse:
-Ouvi ainda a pouco o senhor afirmar que conhecia o segredo da poesia, não é verdade?
- Gracejo! foi puro gracejo meu!
-Diga!- Suplicou ele_ Diga pelo amor de Deus! Desde que me entendo por gente, venho tentado escrever versos... É inútil! Nunca consegui, se tenho a ideia não encontro a rima mas se tenho a rima não encontro a ideia! Mas você tem o segredo e pode me falar!
-Perdão! Perdão! O senhor está enganado, eu...
Mesmo eu tentando lhe explicar que eu não possuía este segredo, ele continuou a insistir, implorava que eu lhe contasse o segredo, mesmo quando eu levantei para ir embora ele continuou a me seguir, para me livrar dele disse que lhe contaria o segredo:
-Para escrever boas poesias é só não pensar no macaco azul.
Anos depois recebi um bilhete dele que dizia:
"Caro senhor,
Escrevo em estremo desespero, ainda não consigo escrever um verso e o seu macaco azul não consegue me sair um instante do pensamento.
Do amigo infeliz
Paulino"

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