segunda-feira, 4 de abril de 2011

Comentário dos pais: O homem que sabia javanês

O homem que sabia javanês: Comentário dos pais
Comentário de: Luciana (minha mãe)

Achei que o conto fala que muitas vezes a esperteza supera o conhecimento.


Meu comentário: O homem que sabia javanês

Meu comentário: O homem que sabia javanês

Achei que o conto mostra a ingenuidade da pessoas, que quando ouvem sobre um assunto que desconhecem elas logo acreditam.

domingo, 3 de abril de 2011

Curiosidades: O Homem que sabia Javanês

O homem que sabia Javanês: Curiosidades

Esta obra foi publicada pela primeira vez em 1911, pela Gazeta da Tarde. Posteriormente doi colocado na colêtanea "O homem que sabia javanês e outros contos".

O Homem que sabia Javanês

O Homem que sabia Javanês
Lima Barreto
Gazeta da tarde
Rio, 20/4/1911
contos e Novelas
Rio, Garnier, 1990

Certa vez, em uma confeitaria, contava ao meu amigo Castro coisas de minha vida. Contava sobre coisas que fizera em Belém, e meu amigo Castro ouvia em silêncio, encantado, até que, em uma pausa na conversa ele disse:
-Tem levado uma vida bem engraçada, Castelo!
-Imagina tu que já fui professor de javanês!
-Conta lá como foi. E bebes mais uma cerveja.
-Eu havia chegado a pouco no Rio e estava na miséria, sem saber como ganhar dinheiro, quando li no jornal que se precisava de um professor de javanês. Não teria muita concorrente, se eu entendesse poucas palavras já passava.
Fui a Biblioteca Nacional, e pequei a enciclopédia, letra J. Consultei o artigo relativo a Java e a língua javanesa.
Fiquei sabendo coisas sobre a ilha de Java. Copiei o alfabeto e sua pronunciação figurada, e saí. Andei pelas ruas mastigando as letras.
Na entrada da pensão onde morava, sentei no jardim e escrevi as letras para treinar a escrita.
Animado com o javanês, voltei a procurar o anúncio, redigi a resposta e dei ao Jornal. Não fiz progressos no javanês neste dia.
Depois de dois dias recebi uma carta que dizia para eu falar com o doutor Manuel Feliciano Soares Alvernaz, Barão de Jacuecanga. Por não conseguir dinheiro para a passagem fui a pé, chegando lá suadíssimo. A casa era enorme e parecia deserta, bati, depois de um tempo um antigo preto abriu a porta.
Na sala havia havia vários retratos de senhores arrogantes. Esperei um instante o dono da casa.
Juan 3:16 <span class=
Chegou um tanto trôpego, tomando um rapé, foi com respeito que o vi chegar. Me apresentei sendo o professor de javanês. O senhor me fez algumas perguntas que tive que responder em voz alta pois ele era um pouco surdo. Inventei algumas mentiras para varias destas perguntas. Ele me disse que queria aprender javanês para cumprir um juramento de família.
Disse também que era neto de Conselheiro Alvernaz, aquele que acompanhou Pedro I. Seu avô voltando de Londres trouxe um livro com uma língua estranha, e deu a seu pai, dizendo que estava escrito em javanês e que era um amuleto de família, seu pai dará o livro para ele e agora ele estava tentando entende-lo. Veio o livro, era velho, encadernado em couro e impresso em grandes letras pretas em papel amarelado e grosso.
Tinha umas paginas escritas em inglês, onde se dizia do que se tratava o livro, informei isto ao velho, que ficou impressionado com o meu saber, desconhecendo que havia conseguido isto com o inglês
Dentro de pouco dei minha primeira lição, mas o senhor não aprendia facilmente, com metade do alfabeto levamos um mês.
A filha e o genro do senhor, vieram ver o aprendizado do homem, o genro ficou assombrado com o meu conhecimento , e não tinha vergonha de mostrar para todos a admiração pelo meu javanês.
Depois de dois meses o velho me pediu para traduzir o livro para ele e não ensina-lo javanês, como não sabia javanês inventei varias histórias e disse ao velho que era aquilo que o livro dizia.
Como ele ouvia aquelas bobagens!
Ouvia-me como se eu fosse um anjo, faz-me morar em sua casa e me encheu de presentes. ele recebeu uma herança de um parente esquecido em Portugal e atribuiu a cousa ao mel javanês.
Meu medo de que ele descobrisse a mentira alimentou quando ele disse para pedir que Visconde de Caruru me fizesse entrar na diplomacia. Diante da insistência do velho, fui.
Mandou-me o Visconde a Secretaria de Estrangeiros. Foi um sucesso.
O diretor chamou os chefes de secção espalhou a noticia de que eu sabia javanês, e todos ficavam espantados com minha falsa sabedoria. A alta autoridade, o ministro, me pergunto use eu sabia javanês e eu assenti. Ele disse que meu físico não prestava para a diplomacia, mas que queria que eu representasse o Brasil no Congresso de Linguística em Bâle.

Eu não sabia javanês, mas representaria o Brasil em um congresso de sábios!
O Velho Manuel Feliciano morreu, mas deixou umas deixa em seu testamento.
Comprei livros e revistas, mas nada de aprender javanês. E minha fama na rua crescia, todos comentavam e eu até recebi uma proposta para lecionar para um grupo de alunos.
O mais perto que cheguei de ser descoberto foi quando a policia prendeu um homem que falava javanês e queria alguém para traduzir, a minha sorte foi que o homem foi solto.
Chegou a época do congresso e eu fui para a Europa, que delícia! Publiquei lá o artigo "Mensageiro de Bâle", custou-me tudo isto boa parte da herança do velho.
Passei a ser uma gloria nacional, dias depois almocei com o Presidente da República. Fui para Havana,onde estive por seis anos e ainda pretendo voltar.
-É fantástico- Observou Castro.
- Olha: se não fosse estar contente, sabes que ia ser?
-Quê?
-Bacteriologista eminente.

Comentário dos pais: Quase ela deu o "Sim", mas...

Quase ela deu "sim", mas...: Comentário dos pais
Comentário de: Luciana (minha mãe)

Achai muito legal, ele quis ser esperto e ela foi mais esperta que ele.

Meu comentário :Quase ela deu "sim", mas...

Quase ela deu "sim", mas...: Meu comentário

Achei o conto bem interessante no final, pois o cara que queria "dar uma de esperto" acabou se dando mal, ele quer uma mulher que o sustente para que ele possa levar "uma vida boa" mas será dificil ele conseguir.

Curiosidades: Quase ela deu o "Sim", mas...

Quase ela deu "sim", mas...: Curiosidades

Lima Barreto faleceu no primeiro dia do mês de Novembro de 1922, vítima de ataque cardíaco, em razão do alcoolismo.

Lima Barreto candidatou-se em duas ocasiões à Academia Brasileira de Letras. Não obteve a vaga, mas chegou a receber uma menção honrosa.

Quase ela deu o "Sim", mas...

Quase ela deu o "Sim", mas...
Lima Barreto
Careta
Rio de Janeiro, 29/1/1921
Contos e Novelas, Rio
Garnier, 1990


João Cazu era um homem que vivia na cidade, forte a saudável, mas pouco ativo e amigo do trabalho. Morava na casa dos tios, onde tinha casa, comida, roupas e algum dinheiro para comprar cigarros.
Mas ele porém não os comprava, pegava-os de amigos e usava o dinheiro para dar flores ás namoradas e comprar bilhetes de loteria.
Vivia assim muito bem, sem ambições ou tensões. a maior parte do dia ele jogava futebol com os amigos.
Contudo, ainda não estava satisfeito, queria alguém que lavasse sua roupa e costurasse suas meias. Em resumo, queria uma mulher, boa para o seu jeito descansado.
Animava se com a ideia de uma mulher rica que lhe sustentasse. Mas por enquanto continuava a jogar futebol com os amigos.
Um dia ia passando pela porta de sua vizinha, quando ela pediu para que ele comprasse dois selos para ele.
A mulher era uma viuva, que recebia seguro do marido, o diabo eram os filhos! Com pensava João Cazu.
Foi comprar e voltou para entrega los a viúva. Dona Ermelinda, era viúva, tinha dois filhos e era proprietária de um chalé. Quando Cazu bateu a porta ela o chamou para entrar e lhe ofereceu uma xicará de café, a senhora estava sozinha já que os filhos não tinham voltado da escola.
Cazu aceitou o café e sentou-se com a viúva para toma-lo. Ela o analizava e ele contente, pensava que tinha arranjado alguém par sustenta-lo.
Depois do primeiro Cazu pegou mais um copo, e a Dona Emerlinda olhando sua camisa disse:
- Sua camisa está rasgada no peito, o senhor traz "ela' aqui amanhã, que eu conserto "ela".
A viúva disse que também lavava a camisa, e Cazu viu ai uma oportunidade para arranjar uma costureira e lavandeira bem em conta. Dito e feito, dai em diante , ele consegui que a viúva tratasse de sua roupa.
Cazu depois disto desistiu do emprego, e não tratou de procurar outro, vivia na moleza. Depois de um tempo decidiu pedir a viúva em casamento, ela pediu para que ele fosse almoçar em sua casa cedo para que la respondesse.
Neste almoço, em um determinado momento ela tirou da gaveta uma lista de compras que ela queria que ele fizesse.
-Cazu compre isto para o almoço, e vê se não demora se não o almoço atrasa!
-Mas...
-Mas o quê?
-Não tenho dinheiro.
-Você não quer se casar comigo? É mostrar atividade, meu filho! Dê os seus passos... Vá!Um chefe de família não se atrapalha...É agir!
João Cazu pegou a lista, saiu e nunca mais voltou.

sábado, 2 de abril de 2011

Comentário dos pais: A cartomante

A cartomante: Comentário dos pais
Comentário de: Luciana (minha mãe)

Intrigante, fiquei muito em duvida no final, não sei se a mulher dele era uma mentirosa, não sei se foi a mulher dele que o enfeitiçou, não sei se a vida dele vai melhorar... Não sei de nada.

Meu comentário: A cartomante

A cartomante: Meu comentário

Não gostei do conto pois não consegui entender seu final, achei que o conto acaba pela metade. Diz apenas que a cartomante era a mulher do cara mas e depois?

Curiosidades: A cartomante

A cartomante: Curiosidades

As últimas palavras de Lima Barreto foram: “Levem minha mãe daqui que eu quero morrer.”

A cartomante

A cartomante
Lima Barreto
Contos e Novelas
Garnier, Rio
1990

Na duvida de por que sua vida se atrapalhava tanto, alguma influência misteriosa preponderava. Ele se tentava qualquer coisa, dava errado. Quando estava quase conseguindo um emprego na Saúde Pública, a política mudou. Se jogava no bicho, dava sempre o grupo seguinte. se não fosse pelas costuras da mulher estaria perdido.
Queria fugir, mas como sem dinheiro? Tinha certeza, porém, que todas as suas infelicidades vinham de forças misteriosas. Mas se era uma maldição tinha que haver alguém que a desfizesse. Acordou alegre com a ideia, e foi para a rua procurar um jornal onde pudesse haver cartomantes, cartomantes e coisas do género.
A que mais simpatizou foi com uma cartomante, pois no anunciado dizia o seguinte: "Madame Dadá, sonâmbula, extralúcida. Deita as cartas e desfaz toda a espécie de feitiçaria, principalmente a africana, Rua etc.".
Gostou pois já adquirira a convicção de que fora seu cunhado que jogara uma praga nele, por meios africanos.
Quando desfizesse o feitiço sua vida voltaria a prosperidade e ele poderia comprar presentes aos seus filhos!
Ele foi para a cartomante com toda a felicidade, mas ao chegar lá a cartomante era sua mulher.

Comentário dos pais: Brincar com fogo

Brincar com fogo: Comentário dos pais.
Comentário de: Luciana (minha mãe)

Acho que isto sempre acontece, quando um homem gosta de duas ele sempre casa com uma terceira, pois não gosta realmente de nenhuma das duas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Meu comentário: Brincar com fogo

Meu comentário: Brincar com fogo

Achei o conto muito legal, pois fala de uma história de amor com final trágico, mas não gostei pois José dos Passos acabou se dando bem.


Brincar com fogo: Curiosidades

Curiosidades Brincar com fogo

O primeiro livro de Machado de Assis a ser publicado foi "Crisálidas" em 1984.

Machado escreveu para as revistas "O espelho", "Jornal das famílias" e "A semana ilustrada" sob o nome de Dr. Semana.

O avô de Machado foi escravo, ele batizou o garoto e foi em sua biblioteca que machado começou a ler.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Brincar com fogo

Brincar com fogo: Resumo do capitulo
Machado de Assis
Jornal das Famílias
1975
Contos esquecidos. org. Magalhães Júnior
Rio, Ediouro
1996



Lúcia e Maria eram duas grandes amigas, quase parentas, sempre que acontecia algo com uma sempre era contado para a outra. Namoro que uma começasse logo se contava a outra. Algum beijo era logo contado a outra.
Aconteceu que um dia, no ano de 1868, estavam as duas na janela da casa de Lúcia olhando quem passava na rua, quando João dos Passos passou por lá.
João dos Passos era um rapaz de vinte e tantos anos, estatura regular e barba raspada. Tinha uma elegância natural e naquele dia tinha acabado de comprar uma calça nova .
João fitou as duas moças na janela com sua luneta de vidro só, enquanto as duas moças discutiam para saber para qual ele olhava.
As duas olhavam para João dos Passos e ele podia ver claramente isto.
Ao virar a esquina João tirou o lenço do bolso e deu um adeus para as meninas com ele. As duas ficaram brigando para saber quem ficaria com ele.
As duas meninas falavam de João de Passos quando ele passou outra vez, e Mariquinhas disse a Lúcia:
-Vamos amanhã na minha casa na rua do Príncipe.
Lúcia deu um beliscão em Maria por ela ter dado um jeito de falar onde morava.
Depois de alguns dias sem aparecer João apareceu na frente da casa de Lúcia e de Mariquinhas, e as duas se gabaram achando que ele havia escolhido uma delas.
Alguns dias se passaram do mesmo jeito, João dos Passos enviava cartas praticamente iguais as duas meninas e elas lhe respondiam com cartas igualmente amorosas, enquanto, na verdade, gozavam de perfeita saúde.
João dos Passos não sabia o que queria com aqueles namoros, mas continuava a levá-los.
João dos Passos achava que estava muito bem com aqueles namoros, mas as duas meninas só faziam zombar dele.
Sempre que estavam juntas zombavam de seu andar, de seu jeito e de outras coisas.
Mas as duas cometeram um erro, o pior de todos.
Este erro foi ter uma dito para a outra que João dos Passos havia parado de escrever-lhe, sendo isto, é claro, mentira. Ambas achavam que João não escrevia mais para a outra e sim apenas para ela, achando que ele havia se interessado por ela.
Lúcia ria de Mariquinhas e Mariquinhas de Lúcia.
E João dos passos gostava da duas, mas gostando das duas acabava por não gostar verdadeiramente de nenhuma das duas.
As cartas continuaram e depois de um tempo o pai de Lúcia e a mãe de Mariquinhas repararam na mudança de comportamento das duas meninas, ambas mais serias do que nunca, lhe perguntaram se havia um namorado, depois de lhe contarem sobre João dos Passos ambos concederam as meninas, sem uma saber da outra é claro, permissão para o casamento.
Ambas encaminharam para o tal cartas contando da feliz notícia.
João dos Passos ficou totalmente surpreendido com as duas cartas, e como até agora não havia decidido entre as duas começou a pensar qual das duas escolheria. Ao final decidiu escrever uma carta para cada uma adiando a situação para daqui a uma semana, marcando com uma as sete e com outra as oito. Mas as cartas foram trocadas, a de Lúcia para Mariquinhas e a de Mariquinhas para Lúcia.
As duas ficaram totalmente desapontadas e tristes com o traidor. Depois disto nenhuma delas o esperou mais na janela.
João dos Passos indagou o que havia, mas depois se esqueceu das duas pois uma prima sua chegara na cidade, esta prima tinha belos olhos e cinco excelentes prédios , isto fez com que ele esquecesse Lúcia e Mariquinhas.Quanto as duas, se casaram depois mas nunca mais se deixaram enganar.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Comentário dos país: Quem conta um conto...

Quem conta um conto...: Comentário dos pais.
Comentário de: Luciana (Minha mãe)

Na minha opinião este conto diz exatamente como as coisas são, as pessoas aumentam as fofocas para torná las mais interessantes, e ela se modifica com em um telefone sem fio.

Meu Comentário: Quem conta um conto...

Quem conta um conto...: Meu comentário.

Achei que o conto retrata bem a realidade em que se você conta uma coisa agora, a fofoca se espalha e vai crescendo a medida que as pessoas o contam.

Curiosidades: Quem conta um conto...

Quem conta um conto...: Curiosidades

Machado de Assis era miope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Nova Friburgo. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina (Carolina Augusta Xavier de Novaes).

Machado foi sepultado no cemitério São João Batista em 1908, mas seus restos mortais foram transferidos para a sede da Academia Brasileira de Letras em 1999.

terça-feira, 29 de março de 2011

Quem conta um conto... Parte V a X

Ao chegar na casa do Sr. Pires eles tiveram a infelicidade de não encontra-lo lá, mas o seu criado havia dito que ele estava na Secretaria de Justiça e o Major, insistente como era, arrastou Luís da Costa até lá.
Mas eles chegaram na Secretaria de Justiça tarde demais e o Sr. Pires já tinha voltado para sua casa.
Luís da Costa e o Major voltaram a casa do Sr. Pires e lá ficaram sabendo que ele estavam na casa do Dr. Oliveira, e lá foram eles de novo para casa do Dr. Oliveira, onde finalmente conseguiram encontrar o , impossível de achar, Sr. Pires. Ao questiona-lo sobre a história do Luís da Costa ele respondeu:
-Eu não disse que a moça era bonita, apenas que me constava ser bonita. Eu ouvi a história de um empregado do tesouro, que mora em Catumbi.
O Major dispensou o Luís da Costa e arrastou o Sr. Pires, sobre protestos, para Catumbi. Desta vez foram mais felizes, encontraram o Bacharel Plácido em casa, ao questionado sobra a história o Bacharel disse:
verdade que eu falei de um rapto, mas o que eu disse foi que o namoro da sobrinha do Major Gouveia com o alferes era tal que já havia um projeto de rapto. E eu ouvi isto do Capitão Soares.
Depois de dispensar o Sr. Pires o Major tentou arrastar o Bacharel Plácido até Mataporcos, onde morava o capitão Soares, mas o homem era tão pesado que o Major teve que andar no ritmo dele.
Ao chegar na casa do Capitão, muito tempo depois, questionaram-o sobre a história da sobrinha do Major, ele respondeu:
-Q que eu disse foi que havia uma vaga notícia de um namoro da Sobrinha do Major Plácido com um alferes, o resto é equivoco.
-E de quem ouviu a notícia?
-Foi do desembargador Lucas.
O Major ficou surpreso pois o desembargador Lucas era seu amigo mas mesmo assim dispensou o Bacharel Plácido e levou o Capitão até a casa de Lucas.
Na casa do Desembargador Lucas, que ao questionado sobre a história disse:
-Sim eu me lembro, mas não disse tudo isso, disse apenas que a sobrinha de meu amigo Gouveia piscara um olha para um alferes.
O Major perguntou:
-E de quem ouviu isto?
-Foi do Senhor.
-De mim?!
- Não se lembra? Sábado passado, na rua do ouvidor....
-Mas tudo que eu disse foi que brigaria com minha sobrinha se ela deitasse o olho em algum alferes.
O major depois disso levou o Capitão para casa e foi para sua própria casa, nesta noite pensando sobre o ocorrido suas ultimas palavras antes de dormir foram:
-Quem conta um conto...

domingo, 27 de março de 2011

Quem conta um conto... Parte I a V

Quem conta um conto... Parte I a V
Machado de Assis
Jornal das famílias
1873
Contos Fluminenses II


Eu compreendo o gosto dos homens por briga de galo e por fumar, o que eu não entendo é o gosto de dar notícias.
E quantas pessoas não conhecem uma pessoa com a vocação de espalhar boatos? Há famílias numerosas deles. O noveleiro deve saber quando dar a notícia e como da-la.
Não compreendo este ofício, dizem que é coisa natural do homem saber a respeito de algum objeto.
Há coisa de sete anos, um típico noveleiro de mais ou menos uns 30 anos, sabia como ninguém escolher como e quando dar uma notícia. Se tinha uma noticia, não a dava logo de cara, esperava o momento certo, sabia exatamente como despertar a atenção dos ouvintes e como dar a notícia.
Não se pode negar que este era um prazer singular, mas Luís da costa, como se chamava, um dia experimento as asperezas de seu oficio.
Foi ele na loja Paula de Brito, havia cinco pessoas na loja, Luís da Costa comprimentou todos e começou a contar que a sobrinha do Major Gouveia havia fujido com um alferes, por que era muito bonita e por que seu namoro era proibido.
Ma mal sabia ele que um dos presentes na loja era o próprio Major Gouveia, quando descrubiu do fato ficou petrificado olhando para o homem. O Major Gouveia disse depois de 5 minutos:
-Ouvi sua história e me diverti muito com ela, o fato é totalmente mentiroso mas quero que me diga quem a espalhou.
Luís da Costa disse depois de pensar:
- Foi o Pires.
-Então vamos atrás dele.
O major saiu arrastando Luís da Costa pela rua até o escritório do Sr Pires, mas ele não estava lá, sem desistir o Major Gouveia arrastou Luís até a casa de Pires na Praia Grande, onde esperava concluir o mistério.
Continua...

Comentário dos país: Polítipo

Polítipo: Comentário dos País
Comentário de: Luciana (Minha mãe)

O conto reflete a necessidade das pessoas serem exclusivas, a falta de identidade fez com que Boaventura se matasse.

Meu comentário: Polítípo

Polítipo: Meu Comentário

Acho que este conto fala sobre a necessidade das pessoas de ter sua própria identidade, pois é quase impossível viver sem que você mesmo, e as pessoas ao seu redor, saibam quem você é.

Curiosidades: Polítipo

Polítipo: Curiosidades

O escritor serviu, de 1897 a 1899, no consulado brasileiro de Yocohama, no Japão. Dessa experiência nasceram crônicas retratando a vida japonêsa. Publicadas esporadicamente na imprensa brasileira da época, foram reunidas em livro apenas no ano de 1984.

“O Cortiço”, obra prima do escritor naturalista Aluízio de Azevedo é também um dos livros mais reverenciados da literatura Brasileira.


sábado, 26 de março de 2011

Polítipo

Polítipo
Alísio Azevedo
Demônios
1893


Suicidou-se anteontem meu amigo Boaventura da Costa.
Pobre Boaventura! Jamais o azar tivera melhor asilo que naquele corpo fraco em contraste com a sua grande alma, isto muitas vezes me levou a pensar na desigualdade das coisas da terra.
Não conheci ninguém de melhor coração que ele, nem de pior sorte. O livro era excelente, mas a encadernação detestável.
Imagine um homenzinhos de 5 pés de altura, com uma grande cabeça feia, quase sem testa,olhos fundos, nariz feio, braços curtos e pernas arqueadas.
Era comum se perder entre a multidão, mas cada minuto se destacava pela sua extraordinária vulgaridade, sem nenhum traço individual ou característica própria, mas por isto era sempre apontado, tinha uma fisionomia que ninguém guardava na memoria mas que todos diziam já ter visto.
Em qualquer tipo de briga, Boaventura tomava logo as dores da parte mais fraca, defendia aquele que sofria, mas ninguém lhe retribuía o favor. Tanto que quando alguém fazia algo de errado todos olhavam logo para ele.
Outra má sorte dele era de se parecer com todo mundo, Boaventura tinha um pouco de toda parte. Sempre achavam que ele era outra pessoa, um ator, um padre, um padeiro, mas nunca ele mesmo. Ele tinha cara de tudo, mas ao mesmo tempo não tinha cara de nada. Dependendo de como você olhasse ele parecia uma coisa.
Um dia, dentre muitos, em que a polícia ,por engano, lhe invadiu a casa, ao vê-lo o sargento exclamou:
-Uma criança! Pobrezinho! Como a deixaram aqui tão desamparada!
Não se dava conflito, em que Boaventura não era tomado pelo desordeiro. Ele não conseguia dar um passo na rua sem que fosse confundido com outra pessoa. E tudo isto o infeliz suportando, sem nunca ter reclamado.
Onde quer que ele ia era logo confundido, seja com um garçom no bar, por um padre na igreja...Na policia tinha vários retratos de procurados que se pareciam com ele, não se pareciam entre si, mas se pareciam com ele.
Depois de muitos enganos , e da vida sofrida de Boaventura, como não podia ser diferente, ele se atirou ao mar.
No necrotério, havia muita gente que chorava dizendo que aquele era um parente ou amigo. Por isto compreendi, antes mesmo de olhar, que aquele só poderia ser o triste Boaventura da costa!